Em 2023, os 20 fundos de hedge mais rentáveis geraram, juntos, US$ 67 bilhões, quase o triplo dos retornos gerados no ano anterior. Eles quebraram o recorde obtido em 2021, quando geraram US$ 65 bilhões. É o que informa a Reuters com base em um levantamento da LCH Investments, gestora que tem o fundo de fundos de hedge mais antigo do mundo e faz parte do Grupo Edmond de Rothschild.
- Os fundos de hedge se caracterizam por investirem em ativos diversificados, como ações, moedas, títulos públicos, imóveis, derivativos, ativos digitais e commodities, utilizando estratégias complexas e alavancadas para maximizar retornos e gerenciar riscos. São voltados a investidores qualificados, ou seja, que possuem mais de R$ 1 milhão investidos.
A TCI Fund Management, do bilionário Christopher Hohn, lidera a lista, com retorno gerado de US$ 12,9 bilhões. Hohn é um filantropo inglês que usa parte de seus rendimentos para financiar o The Children's Investment Fund Foundation, que doa fortunas para institutos e ONGs que defendem a causa infantil.
Sua gestora foi seguida pela Citadel, do bilionário americano Ken Griffin, que registrou retornos de US$ 8,1 bilhões após atingir o recorde de US$ 16 bilhões no ano anterior; e a Viking, do bilionário norueguês Andreas Halvorsen.
A Bridgewater, fundada pelo bilionário Ray Dalio, e a Caxton, foram as únicas empresas entre as 20 que registraram prejuízo em 2023. O family office do megainvestidor George Soros não divulgou seus dados.
Os 20 fundos mais rentáveis de 2023
Posição | Gestora | Ganhos em 2023 (US$ bilhões) |
1 | TCI | 12,9 |
2 | Citadel | 8,1 |
3 | Viking | 6 |
4 | Millenium | 5,7 |
5 | Elliott | 5,5 |
6 | D.E Shaw | 4,2 |
7 | Lone Pine | 4,2 |
8 | Baupost | 3,8 |
9 | Pershing Square | 3,5 |
10 | Point 72 | 3 |
11 | Appaloosa | 2,7 |
12 | Farallon | 2,6 |
13 | Och Ziff/Sculptor | 2,3 |
14 | Egerton | 2,3 |
15 | Davidson Kempner | 1,8 |
16 | King Street | 0,9 |
17 | Brevan Howard | 0,4 |
18 | Caxton | -0,3 |
19 | Bridgewater | -2,6 |
20 | Soros | n/a |
Fonte: LCH Investments
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O forte desempenho dos hedge funds em 2023 se contrapõe a 2022, quando pelo menos oito dos 20 fundos de hedge perderam dinheiro. Naquele ano, o mercado registrou grandes volatilidades, como consequência da eclosão da guerra na Ucrânia e sucessivos aumentos das taxas de juros americanas.
Em média, os 20 fundos registraram valorização de 10,5% no ano passado, enquanto o restante da indústria teve um retorno de 6,4%, segundo a LCH.
Aposta alta em ações
Segundo análise do Financial Times, boa parte do desempenho recorde dos fundos de hedge no ano passado deve ser creditada a uma aposta alta e bem sucedida no mercado de ações.
O fundo da TCI encerrou o ano passado com alta de 33%, maior do que a valorização do índice das 500 maiores empresas americanas, o S&P 500, que subiu 24%. Entre as maiores posições do fundo no final de setembro do ano passado estavam ações da Alphabet, Canadian National Railway, Visa, General Electric e a agência de classificação Moody's.
O fundo da Citadel gerou retorno de 15% no ano passado e foi criado em 1990. Seu desempenho desde a criação do levantamento o torna o fundo de hedge mais bem-sucedido da história. Ele é seguido pelo fundo da Millenium, criado em 1989.
Os fundos mais rentáveis desde 2012
Posição | Gestora | Ganhos desde a criação (US$ bilhões) |
1 | Citadel | 74 |
2 | Millenium | 56,1 |
3 | D.E Shaw | 56,1 |
4 | Bridgewater | 55,8 |
5 | Elliott | 47,6 |
6 | Soros | 43,9 |
7 | TCI | 41,3 |
8 | Viking | 40,9 |
9 | Baupost | 37 |
10 | Farallon | 35,7 |
11 | Lone Pine | 35,6 |
12 | Appaloosa | 35 |
13 | Point 72 | 33 |
14 | Och Ziff/Sculptor | 32,2 |
15 | Brevan Howard | 28,5 |
16 | Egerton | 23,9 |
17 | Davidson Kempner | 21 |
18 | King Street | 19,5 |
19 | Caxton | 19,5 |
20 | Pershing Square | 18,8 |
Fonte: LCH Investments
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A Pershing Square, do investidor ativista Bill Ackman, voltou a fazer parte do ranking de fundos mais rentáveis desde 2012, na 20º posição: sua última aparição havia sido em 2015. No ano passado, seu fundo registrou retornos de 26,7%
O prejuízo em 2023 fez a Bridgewater descer duas posições no ranking histórico e ocupar o 4º lugar.
O fundo de George Soros estava no topo da lista inicial da LCH em 2012. O lugar foi posteriormente ocupado por Ray Dalio durante sete anos, antes de Ken Griffin, da Citadel, o ultrapassar em 2022.
Os 20 fundos gerenciam apenas 18,9% dos recursos dessa modalidade de investmento, mas representam cerca de um terço dos retornos.